A vida está cheia de momentos traiçoeiros e cada dia que passa parece tornar-se mais complicado do que o anterior.
Já passei por situações piores. Muito piores, mas começo a achar que eu há algo que não permite o direito de ser feliz. De encontrar a felicidade. Falta-me a força para seguir em frente enquanto tento, ao mesmo tempo, dar a volta por cima. Estou cansada de problemas. E cansada que me digam que tenho de mudar. Ou se calhar é o que eu oiço. Porque não dizem propriamente para mudar, só tenho de mudar algumas atitudes. Mas eu sou como sou. E não tenho forças para batalhar.
E as pessoas aproveitam-se disso. (Há exepções, claro que há. Há pessoas na minha vida que não troco por nada).
Quando olho para a minha roda da vida... Algo que tenho feito uma vez por ano, sinto-a muito em baixo, com bastantes zonas no vermelho.
Como se preenche a roda da vida? A contar de dentro, para cada uma das 12 áreas, devemos colorir até ao nível que nos sentimos satisfeitos.
Pensei em não preencher, porque atualmente todas as valências estão muito próximas do círculo central. Sinto-o e sinto-me sem forças para avançar para os círculos exteriores.
Talvez a saúde não esteja mal, se contarmos apenas com a parte física. Porque a parte mental está uma desgraça. Sinto-me vazia, sem forças.
Como digo, já estive pior, mas não torna esta vez mais fácil. Alguns aspetos estão mais equilibrados, mas é preciso tanto que não está ao meu alcance para conseguirmos ser felizes.
Penso que tudo começa no meu interior. Sou insegura, com baixa autoestima e tenho falta de assertividade.
Tenho receio de magoar os outros e quem acaba sempre por se magoar sempre sou eu.
Os sintomas da minha melancolia estão perfeitamente identificados. Mas preciso forças para continuar a contrariar o mais puro do meu ser para ser aceite pelos outros.
Tenho medo de fazer, tenho medo de não fazer. Quero agir, mas agir custa muito. Reagir ainda consome mais.
Sinto uma tristeza imensa por não poder ser eu própria. Por ter de enfrentar o que de pior há nas pessoas quando já estamos em baixo. Não se pode confiar em ninguém. Nem em nós próprios.
Pois também nós
fazemos coisas que não queremos
ou não fazemos o que queremos.
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